segunda-feira, 4 de novembro de 2013

EDVALDO SILVA

Edvaldo Silva tem 26 anos, 26 anos de lutas e sofrimentos, ele teve uma infância conturbada, pois seu pai largou a família, e ele acabou assumindo o papel de homem da casa aos 11 anos de idade, tinha a vários irmãos e irmãs que foram levados pela droga e pelos crimes, sua mãe vendia o corpo para o sustento da família, pois ela, nem ninguém da vizinhança tinha preparação profissional, no passar dos anos a mãe de Edvaldo descobriu que estava com AIDS e acabou morrendo logo, por não ter estrutura de saúde. De ai em diante era Edvaldo sozinho na cidade de São Paulo, ele preferiu não entrar no caminho das drogas durante a adolescência. Porém ele gastou o tempo que deveria estudar com outras coisas, ele cuidava da família e acabou ficando sem tempo pra estudar, ou seja, ficou sem estrutura profissional e acabou nas ruas até porque, o mundo é dos mais espertos.
Quando Edvaldo chegou às ruas, o uso das drogas foi inevitável, ele tinha 22 anos e não via solução para a sua vida, não buscou nenhuma ação, só ficava debaixo de um viaduto pedindo esmola. Todas as noites ele recebia uma visita de um grupo anônimo, que conversava com ele, dava comida, o consolava e no final sempre o chamava para um lugar, um lugar, que segundo o grupo, iria transformar a vida de Edvaldo. Edvaldo nunca acreditou, era sempre desanimado, se passaram três anos nessa rotina monótona.
Certo dia, Edvaldo estava numa tarde deitado e passou um ônibus em alta velocidade que deixou cair um panfleto, o panfleto saiu voando e parou bem na frente de Edvaldo, ele por sua vez o pegou, mas não sabia ler... Chamou uma pessoa que passava na hora e a pediu pra ler, e a pessoa então leu, dizendo: “Tenha fé, tenha esperança... Ainda há uma saída”, Edvaldo agradeceu e começou a fazer uma reflexão sobre aquilo, até que dormiu e acordou com o grupo o chamando, ele acordou assustado, mas logo se acalmou. O grupo deu comida, conversou com ele e no final o chamou para o lugar novamente, um rapaz novinho ainda falou: “Tenha fé!”, então ele se lembrou do panfleto e acabou aceitando a proposta.

Edvaldo passou um ano se recuperando, de tudo que passou e de toda miséria, hoje ele tem 26 anos, e faz parte do grupo anônimo que salvou sua vida, eles passam a noite toda nas ruas, auxiliando e mudando a vida dos moradores de rua de São Paulo.

De: Gustavo Andrade

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