sexta-feira, 30 de agosto de 2013

CRESCIMENTO PESSOAL


Vemos muitas pessoas bem sucedidas, com vida social, familiar e econômica garantida. Muitos pensam que os adolescentes de hoje em dia não estão mais como os de antes, que essa geração está perdida e não tem mais futuro.

Nós, adolescentes, muitas vezes desacreditados, acabamos entrando em desânimo quando vemos que a nossa geração não possui a confiança dos demais. E nessa geração de bem sucedidos (nossos pais, etc.), acaba nos deixando tristes quando falam que nós somos o futuro do país e esse futuro está perdido.

Precisamos do apoio de todos! Pois sem apoio ainda somos fracos... Um fato vem acontecendo aqui no Brasil, pessoas vão às ruas reivindicarem os seus direitos! Buscando um Brasil mais digno e honesto. Isso se chama mudança, e é a prova de que uma geração muitas vezes desacreditada e desanimada pode se levantar contra o errado!

A mudança não é fácil, mas, é possível! Precisamos sim do apoio de gerações passadas (nossos pais, tios e avós). Nós jovens temos que assumir que erramos muito! É nessa fase que construímos a nossa identidade pessoal, aprendemos com os erros.

O apoio de todos é fundamental, mas, mais fundamental ainda é a nossa atitude! Se quisermos mudança, devemos mudar antes de tudo. Essa geração é sim imatura em alguns aspectos, mas a maturidade é alcançada após os erros... Só não podemos errar tanto assim.

A influência é um fator muito importante em nossa formação pessoal, desde pequenos aprendemos o que é certo ou errado... Com a chegada da adolescência, novas influências são inevitáveis, mas devemos aprender a ser influenciados ou influenciar de forma correta.

Não está faltando nada em questão de estrutura ou algo do tipo... O que está faltando é a nossa ação, está faltando atitude! Devemos tomar as palavras foco e superação como exemplo de vida, não podemos ficar parados, esperando por um futuro brilhante que nunca virá! Não há vitória sem luta... O tempo voa e com ele viram as consequências. Portanto, para alcançarmos o sucesso e o crescimento pessoal, vamos lutar unidos para um Brasil mais digno, justo e com um futuro brilhante.

 

De: Gustavo Andrade

IMPORTÂNCIA DA LEMBRANÇA


Nossa vida é formada a partir dos fatos vivenciados, e esses fatos possuem grande importância em nossas vidas, pois, fazemos parte desses acontecimentos. Nós somos aquilo que fazemos nos construímos a nossa identidade pessoal a partir do momento que somos influenciados.

Desde pequenos recebemos conselhos do que é certo ou não, apesar de que mesmo assim continuamos cometendo erros. A importância de retomarmos tudo àquilo que aprendemos durante a nossa vida é gigantesca, pois o que fazemos no presente influencia a nossa formação pessoal, portanto, devemos ser inteligentes e utilizar de nossas experiências e lembranças pessoais para construir nossa identidade pessoal.

A adolescência é uma fase decisiva em nossas vidas, pois é nela que fazemos as escolhas do que realmente queremos ser, quando essa fase passa a vida começa! E devemos estar preparados... Portanto, vamos utilizar o que já vivemos e temos: Experiência.

De: Gustavo Andrade

MISÉRA NO BRASIL


Ao longo dos anos, as razões para lutar contra o capitalismo foram aumentando, a ética foi cedendo espaço para a ideologia. Lutar contra a miséria passou a ser um subproduto da luta pelo socialismo.

O mundo deu muitas voltas. Caíram barreiras, referências, mitos e muros. A História não coube em teorias. As teorias negaram suas promessas. O capitalismo continuou produzindo miséria, mas o socialismo avançou sem conseguir eliminá-la. Os sistemas protegiam seus sócios e eliminavam os demais. Depois de 100 anos de socialismo e capitalismo, a miséria no mundo aumentou, a economia transformou-se num código de brancos e numa fábrica de exclusão racionalizada.

Nos anos 90, aprendemos que, em sessenta anos de industrialização, o Brasil havia gerado três categorias sociais - ricos pobres e indigentes. É como se elas habitassem países diferentes. Existe a minoria rica, branca, sofisticada, formando uma sociedade mais ou menos comparada com à do Canadá. Tem a maioria pobre, negra, silenciosa e resignada, do tamanho do México.

O que era a luta contra o capitalismo para atacar a miséria passou a ser a luta contra a miséria para conquistar a democracia.

De: Gustavo Andrade

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

FORMAÇÃO PESSOAL

Toda pessoa adulta, busca e faz a sua identidade pessoal durante a fase da adolescência, pois é nessa fase que a pessoa sofre mais influências dos fatores externos (que estão ao seu redor). Eu sou um adolescente e comigo não é diferente, sofro influências assim como influencio muitas vezes... Os principais formadores de minha identidade pessoal são meus pais e meus amigos.
No começo de minha vida, eu já comecei a sofrer influencias de meus pais, os quais começaram a me orientar falando o que é certo ou errado, cresci e já sabia o que era certo ou errado, foi a partir dai que eu comecei a observar pessoas ao meu redor, buscando a minha identidade pessoal.

Der meus pais, ganhei a sabedoria, consciência, responsabilidade, foco, superação, etc. Porém, cheguei à adolescência e a comecei a sofrer muitas influências de amizades, essa formação acabou trazendo coisas ruins para a minha vida, desses amigos eu ganhei a desatenção, conversa, perda de tempo, etc. Mas ainda tenho noção do que é certo e errado, e busco sempre o certo! Deteriorei-me por algum tempo, não foi por completo... Busco a minha formação pessoal, ainda não é tarde, sou um adolescente e é nessa fase que aprendemos com os erros.

De: Gustavo Andrade

MEIOS TECNOLÓGICOS

Estava lendo reportagens sobre tecnologias e comecei a observar como esse meio interfere a vida de todos! Tenho muitos colegas que não vivem sem o uso dessas tecnologias ou pelo menos acham que não vivem sem eles, são tão apegados à esses meios que acabam se iludindo e achando que tudo isso é necessário e vital atualmente. Um dia eu perguntei para meu colega:
-Por que esse vício? Isso é tão necessário mesmo?
-Olha não é tão necessário assim, mas, quando você começa a usar de forma abusada se torna vício e começa a virar algo necessário e vital!
-Entendi, eu uso, mas não abuso! Tecnologia é algo realmente muito bom, mas até certo ponto!
-Como assim?
-Ela é boa quando utilizada de forma coerente, no horário certo e apenas o necessário mesmo, quando você passa disso vira vício.
Acabei percebendo que tecnologia é algo que interfere muito a vida da pessoa. Isso só acontece, porque a pessoa dá lugar a isso, ou seja, a pessoa só fica dependente deste meio se ela quiser. Portanto, tecnologia é algo bom quando usufruído de forma coerente.

De: Gustavo Andrade

BELEZA

Cheguei em casa e como de costume tirei a minha camisa, pois estava muito quente! Fui para a cozinha e minha mãe estava lá. Para “tirar uma onda” eu falei:
-Mãe, você queria ter um corpo definido que nem o meu?
-Queria filho, mas dá muito trabalho.
-Mãe? A senhora acha que dá trabalho? Olha isso aqui é só feijão e jogando bola.
-Pois é meu filho, só eu jogando bola pra ver se queimo metade dessa gordura!
-Mas a senhora é linda assim mãe.
-Sou não filho! Sou feia mesmo... Queria ter um corpo igual ao da Isis Valverde.
-Mas a Isis Valverde tem a beleza dela! Já a senhora tem a sua própria beleza mãe... Beleza se resume na união da sua aparência interior com a física!
-Eu sei filho...
-Então... A senhora é linda!
-Obrigada filho!

De: Gustavo Andrade

sábado, 17 de agosto de 2013

Receita de Mulher

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture 
    Em tudo isso(ou então que a mulher se socialize elegantemente em azul,como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como o âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteia em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37º centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se se fechar os olhos
Ao abri-los ela não mais estará presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.
 
 
 
 
De:João Pedro Victor;Gustavo Andrade;Gustavo Soares;Dan Phillip;João Neto e Miguel Ribeiro
 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cartas Chilenas

Cartas Chilenas
de Tomás Antonio Gonzaga

PRÓLOGO(Paralelo)
Amigo leitor, arribou a certo porto do Brasil, onde eu vivia, um galeão, que
vinha das Américas espanholas. Nele se transportava um mancebo, cavalheiro
instruído nas humanas letras. Não me foi dificultoso travar, com ele, uma estreita
amizade e chegou a confiar-me os manuscritos, que trazia. Entre eles encontrei as
Cartas Chilenas, que são um artificioso compêndio das desordens, que fez no seu
governo Fanfarrão Minésio, general de Chile.
Logo que li estas Cartas, assentei comigo que as devia traduzir na nossa
língua, não só porque as julguei merecedoras deste obséquio pela simplicidade do
seu estilo, como, também, pelo benefício, que resulta ao público, de se verem
satirizadas as insolências deste chefe, para emenda dos mais, que seguem tão
vergonhosas pisadas.
Um D. Quixote pode desterrar do mundo as loucuras dos cavaleiros andantes;
um Fanfarrão Minésio pode também corrigir a desordem de um governador
despótico.
Eu mudei algumas coisas menos interessantes, para as acomodar melhor ao
nosso gosto. Peço-te que me desculpes algumas faltas, pois, se és douto, hás de
conhecer a suma dificuldade, que há na tradução em verso. Lê, diverte-te e não
queiras fazer juízos temerários sobre a pessoa de Fanfarrão. Há muitos fanfarrões
no mundo, e talvez que tu sejas também um deles, etc.
... Quid rides ? mutato nomine, de te
Fabula narratur...
Horat. Sat lª, versos 69 e 70.

DEDICATÓRIA AOS GRANDES DE PORTUGAL

Ilmos. e exmos. senhores,
Apenas concebi a idéia de traduzir na nossa língua e de dar ao prelo as
Cartas Chilenas, logo assentei comigo que V.Exas. Haviam de ser os Mecenas a
quem as dedicasse. São V.Exas. aqueles de quem os nossos soberanos costumam
fiar os governos das nossas conquistas: são por isso aqueles a quem se devem
consagrar todos os escritos, que os podem conduzir ao fim de um acertado governo.
Dois são os meios porque nos instruímos: um, quando vemos ações
gloriosas, que nos despertam o desejo da imitação; outro, quando vemos ações
indignas, que nos excitam o seu aborrecimento. Ambos estes meios são eficazes:
esta a razão porque os teatros, instituídos para a instrução dos cidadãos, umas
vezes nos representam a um herói cheio de virtudes, e outras vezes nos
representam a um monstro, coberto de horrorosos vícios.
Entendo que V.Exas. se desejarão instruir por um e outro modo. Para se
instruírem pelo primeiro, têm V.Exas. Os louváveis exemplos de seus ilustres
progenitores. Para se instruírem pelo segundo, era necessário que eu fosse
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descobrir o Fanfarrão Minésio, em um reino estranho! Feliz reino e felizes grandes
que não têm em si um modelo destes!
Peço a V.Exas. que recebam e protejam estas cartas. Quando não mereçam
a sua proteção pela eloqüência com que estão escritas, sempre a merecem pela sã
doutrina que respiram e pelo louvável fim com que talvez as escreveu o seu autor
Critilo.
Beija as mãos
De V.Exas.
O seu menor criado...
CARTA lª
Em que se descreve a entrada que fez
Fanfarrão em Chile.
Amigo Doroteu, prezado amigo,
Abre os olhos, boceja, estende os braços
E limpa, das pestanas carregadas,
O pegajoso humor, que o sono ajunta.
5 – Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
Ergue a cabeça da engomada fronha
Acorda, se ouvir queres coisas raras.
"Que coisas, ( tu dirás ), que coisas podes
Contar que valham tanto, quanto vale
10 – Dormir a noite fria em mole cama,
Quando salta a saraiva nos telhados
E quando o sudoeste e outros ventos
Movem dos troncos os frondosos ramos?"
É doce esse descanso, não te nego.
15 – Também, prezado amigo, também gosto
De estar amadornado, mal ouvindo
Das águas despenhadas brando estrondo,
E vendo, ao mesmo tempo, as vãs quimeras,
Que então me pintam os ligeiros sonhos.
20 – Mas, Doroteu, não sintas que te acorde;
Não falta tempo em que do sono gozes:
Então verás leões com pés de pato,
Verás voarem tigres e camelos,
Verás parirem homens e nadarem
25 – Os roliços penedos sobre as ondas.
Porém que têm que ver estes delírios
Co'os sucessos reais, que vou contar-te?
Acorda, Doroteu, acorda, acorda;
Critilo, o teu Critilo é quem te chama.
30 – Levanta o corpo das macias penas;
Ouvirás, Doroteu, sucessos novos,
Estranhos casos, que jamais pintaram
Na idéia do doente, ou de quem dorme
Agudas febres, desvairados sonhos
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35 – Não és tu, Doroteu, aquele mesmo
Que pedes que te diga se e verdade
O que se conta dos barbados monos
Que à mesa trazem os fumantes pratos?
Não desejas saber se há grandes peixes,
40 – Que abraçando os navios com as longas,
Robustas barbatanas, os suspendem,
Inda que o vento, que d'alheta sopra,
Lhes inche os soltos, desrinzados panos ?
Não queres que te informe dos costumes.
45 – Dos incultos gentios? Não perguntas
Se entre eles há nações, que os beiços furam?
E outras que matam, com piedade falsa,
Aos pais, que afrouxam ao poder dos anos?
Pois se queres ouvir notícias velhas
50 – Dispersas por imensos alfarrábios,
Escuta a história de um moderno chefe.
Que acaba de reger a nossa Chile,
Ilustre imitador a Sancho Pança.
E quem dissera, amigo, que podia
55 – Gerar segundo Sancho a nossa Espanha!
Não penses, Doroteu, que vou contar-te
Por verdadeira história uma novela
Da classe das patranhas, que nos contam
Verbosos navegantes, que já deram
60 – Ao globo deste mundo volta inteira.
Uma velha madrasta me persiga,
Uma mulher zelosa me atormente,
E tenha um bando de gatunos filhos,
Que um chavo não me deixem, se este chefe
65 – Não fez ainda mais do que eu refiro.
Ora pois, doce amigo, vou pintá-lo
Da sorte que o topei a vez primeira;
Nem esta digressão motiva tédio
Como aquelas que são dos fins alheias,
70 – Que o gesto, mais o traje nas pessoas
Faz o mesmo que fazem os letreiros
Nas frentes enfeitadas dos livrinhos,
Que dão, do que eles tratam, boa idéia.
Tem pesado semblante, a cor é baça.
75 – O corpo de estatura um tanto esbelta
Feições compridas e olhadura feia,
Tem grossas sobrancelhas, testa curta,
Nariz direito e grande, fala pouco
Em rouco, baixo som de mau falsete
80 – Sem ser velho, já tem cabelo ruço
E cobre este defeito e fria calva
À força de polvilho, que lhe deita.
Ainda me parece que o estou vendo
No gordo rocinante escarranchado
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85 – As longas calças pelo umbigo atadas,
Amarelo colete e sobre tudo
Vestida uma vermelha e justa farda
De cada bolso da fardeta, pendem
Listadas pontas de dois brancos lenços;
90 – Na cabeça vazia se atravessa
Um chapéu desmarcado, nem sei como
Sustenta o pobre só do laço o peso.
Ah ! tu, Catão severo, tu que estranhas
O rir-se um cônsul moço, que fizeras
95 – Se em Chile agora entrasses e se visses
Ser o rei dos peraltas quem governa ?
Já lá vai, Doroteu, aquela idade
Em que os próprios mancebos, que subiam
À honra do governo, aos outros davam
100 – Exemplos de modéstia, até nos trajes.
Deviam, Doroteu, morrer os povos
Apenas os maiores imitaram
Os rostos e os costumes das mulheres
Seguindo as modas e raspando as barbas.
105 – Os grandes do país, com gesto humilde
Lhe fazem, mal o encontram, seu cortejo;
Ele austero os recebe, só se digna
Afrouxar do toutiço a mola um nada,
Ou pôr nas abas do chapéu os dedos.
110 – Caminha atrás do chefe um tal Robério
Que entre os criados tem respeito de aio;
Estatura pequena, largo o rosto,
Delgadas pernas e pançudo ventre,
Sobejo de ombros, de pescoço falto;
115 – Tem de pisorga cores e conserva
As bufantes bochechas sempre inchadas.
Bem que já velho seja, inda presume
De ser aos olhos das madamas grato
E o demo lhe encaixou que tinha pernas
120 – Capazes de montar no bom ginete
Que rincha no Parnaso. Pobre tonto!
Quem te mete em camisas de onze varas!
Tu só podes cantar, em coxos versos
E ao som da má rebeca, com que atroas
125 – Os feitos do teu amo e os seus despachos.
Ao lado de Robério, vem Matúsio,
Que respira do chefe o modo e o gesto.
É peralta rapaz de tesas gâmbias,
Tem cabelo castanho e brancas faces,
130 – Tem um ar de mylord e a todos trata
Como a inúteis bichinhos; só conversa
Com o rico rendeiro, ou quem lhe conta
Das moças do país as frescas praças.
Dos bolsos da casaca dependura
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135 – As pontas perfumadas dos lencinhos,
Que é sinal, ou caráter, que distingue
Aos serventes das casas dos mais homens,
Assim como as famílias se conhecem
Por herdados brasões de antigas armas.
140 – Montado em nédia mula vem um padre
Que tem de capelão as justas honras.
Formou-se em Salamanca, é homem sábio.
Já do mistério do Pilar um dia.
Um sermão recitou, que foi um pasmo.
145 – Labregão no feitio e meio idoso.
Tem olhos encovados, barba tesa,
Fechadas sobrancelhas, rosto fusco,
Cangalhas no nariz. Ah! quem dissera
Que num corpo, que tem de nabo a forma,
150 – Haviam pôr os céus tão grande caco!
O resto da família é todo o mesmo,
Escuso de pintá-lo. Tu bem sabes
Um rifão que nos diz, que dos domingos
Se tiram muito bem os dias santos.
155 – Ah! pobre Chile, que desgraça esperas!
Quanto melhor te fora se sentisses
As pragas, que no Egito se choraram,
Do que veres que sobe ao teu governo
Carrancudo casquilho, a quem rodeiam
160 – Os néscios, os marotos e os peraltas!
Seguido, pois, dos grandes entra o chefe
No nosso Santiago junto à noite.
A casa me recolho e cheio destas
Tristíssimas imagens, no discurso,
165 – Mil coisas feias, sem querer, revolvo.
Por ver se a dor divirto, vou sentar-me
Na janela da sala e ao ar levanto
Os olhos já molhados. Céus, que vejo!
Não vejo estrelas que, serenas, brilhem,
170 – Nem vejo a lua que prateia os mares:
Vejo um grande cometa, a quem os doutos
Caudato apelidaram. Este cobre
A terra toda co’ disforme rabo.
Aflito o coração no peito bate,
175 – Erriça-se o cabelo, as pernas tremem.
O sangue se congela e todo o corpo
Se cobre de suor. Tal foi o medo.
Ainda bem o acordo não restauro
Quando logo me lembra que este dia
180 – É o dia fatal, em que se entende
Que andam, no mundo, soltos, os diabos.
Não rias, Doroteu, dos meus agouros;
Os antigos romanos foram sábios,
Tiveram agoureiros: estes mesmos
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185 – Muitas vezes choraram, por tomarem
Os avisos celestes como acasos.
Ajuntavam-se os grandes desta terra.
À noite, em casa do benigno chefe
Que o governo largou. Aqui, alegres,
190 – Com ele se entretinham largas horas
Depostos os melindres da grandeza,
Fazia a humanidade os seus deveres
No jogo e na conversa deleitosa.
A estas horas entra o novo chefe
195 – Na casa do recreio e, reparando
Nos membros do congresso, a testa enruga,
E vira a cara, como quem se enoja.
Porque os mais, junto dele não se assentem
Se deixa em pé ficar a noite inteira.
200 – Não se assenta, civil, da casa o dono
Não se assenta, que é mais, a ilustre esposa;
Não se assenta, também, um velho bispo
E a exemplo destes, o congresso todo.
Pensavas, Doroteu, que um peito nobre,
205 – Que teve mestres, que habitou na corte
Havia praticar ação tão feia
Na casa respeitável de um fidalgo,
Distinto pelo cargo que exercia
E, mais ainda, pelo sangue herdado?
210 – Pois inda, caro amigo, não sabias
Quanto pode a tolice e vã soberba.
Parece, Doroteu, que algumas vezes,
A sábia natureza se descuida.
Devera, doce amigo, sim, devera
215 – Regular os natais conforme os gênios.
Quem tivesse as virtudes de fidalgo,
Nascesse de fidalgo e quem tivesse
Os vícios de vilão, nascesse embora,
Se devesse nascer, de algum lacaio,
220 – Como as pombas, que geram fracas pombas,
Como os tigres, que geram tigres bravos.
Ah ! se isto, Doroteu, assim sucede
Estava o nosso chefe mesmo ao próprio
Para nascer sultão do Turco Império,
225 – Metido entre vidraças, reclinado
Em coxins de veludo e vendo as moças,
Que de todas as partes o cercavam,
Coçando-lhe umas, levemente, as pernas
E as outras abanando-o, com toalhas:
230 – Só assim, Doroteu, o nosso chefe
Ficaria de si um tanto pago.
Chegou-se o dia da funesta posse:
Mal os grandes se ajuntam, desce a escada
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E, sem mover cabeça, vai meter-se
235 – Debaixo do lustroso e rico pálio.
Caminham todos juntos para o templo,
Um salmo se repete, em doce coro,
A que ele assiste, desta sorte inchado,
Entesa mais que nunca o seu pescoço.
240 – Em ar de minuete o pé concerta
E arqueia o braco esquerdo sobre a ilharga.
Eis aqui, Doroteu, o como param
Os maus comediantes, quando fingem
As pessoas dos grandes, nos teatros.
245 – Acabada a função, à casa volta;
(Os grandes o acompanham, descontentes),
Co’a mesma pompa com que foi ao templo.
Tu já viste o ministro carrancudo
A quem os tristes pretendentes cercam,
250 – Quando no régio tribunal se apeia,
Que, bem que humildes em tropel o sigam,
Não pára, não responde, não corteja ?
Tu já viste o casquilho, quando sobe
A casa em que se canta e em que se joga,
255 – Que deixa à porta as bestas e os lacaios,
Sem sequer se lembrar que venta e chove?
Pois assim nos tratou o nosso chefe:
Mal à porta chegou, de chefe antigo,
Com ele se recolhe e até ao mesmo
260 – Luzido, nobre corpo do senado
Não fala, não corteja, nem despede.
Da sorte que o lacaio a sege arruma
Por não tomar a rua às outras seges,
Assim os cidadãos o pálio encostam
265 – Ao batente da porta e, quais lacaios,
Na rua, esperam que seu amo desça,
Ou, a ele ficar, que os mande embora.
À vista desta ação indigna e feia,
Todo o congresso se confunde e pasma.
270 – Sobe às faces de alguns a cor rosada,
Perdem outros a cor das roxas faces;
Louva esta o proceder do chefe antigo,
Aquele o proceder do novo estranha,
E os que podem vencer do gênio a força
275 – Aos mais escutam, sem dizer palavra.
São estes, louco chefe, os sãos exemplos
Que, na Europa, te dão os homens grandes?
Os mesmos reis não honram aos vassalos?
Deixam de ser, por isso, uns bons monarcas?
280 – Como errado caminhas! O respeito
Por meio das virtudes se consegue
E nelas se sustenta. Nunca nasce
Do susto e do temor, que aos povos metem
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injúrias, descortejos e carrancas.
285 – Findou-se, Doroteu, a longa história
Da entrada deste chefe, agora vamos,
Que e tempo, descansar um breve instante.
Nas outras contarei, prezado amigo,
Os fatos, que ele obrou no seu governo,
290 – Se acaso os justos céus quiserem dar-me.
Para tanto escrever, papel e tempo.

De:João Pedro Victor

Importância da cultura

  • A cultura – somatória de costumes, tradições e valores -  é um jeito próprio de ser, estar e sentir o mundo, ‘jeito’ este que leva o indivíduo a fazer, ou a expressar-se, de forma característica.
  • Ora, SER é também PERTENCER – a algum lugar, a alguma fé ou a um grupo, seja família, amigos ou povo.
  • Daí ser a cultura um forte agente de identificação pessoal e social, um modelo de comportamento que integra segmentos sociais e gerações, uma terapia efetiva que desperta os recursos internos do indivíduo e fomenta sua interação com o grupo e um fator essencial na promoção da saúde, na medida em que o indivíduo se realiza como pessoa e expande suas potencialidades.
  • A percepção individual do mundo é influenciada pelo grupo. Aquilo que o grupo aprova ou valoriza tende a ser selecionado na percepção pessoal; já o que é rejeitado ou indiferente aos valores do grupo tem menor possibilidade de ser selecionado pela percepção do sujeito – e se for significativa para o sujeito, este o guarda para si ou o elabora de forma a adaptá-lo aos valores grupais, seja de foram lúdica, simbólica ou distorcida, no intuito de evitar a censura coletiva.
  • O indivíduo que consegue burlar a censura grupal e introduzir nela uma significativa mudança de valores adquire o poder de influenciar a História, daí o dizer-se que ‘os poetas são profetas’. Explica-se, assim, o medo que os governos autoritários e ditatoriais tem da elite cultural a a perseguição política acirrada que os representantes da cultura tem sofrido através dos séculos – por exemplo, queima de livros e de sábios nas fogueiras da Inquisição, acusados de bruxaria e de pacto com o demônio.
  • Os povos evoluem através de mudanças significativas em sua cultura e as mudanças acontecem rapidamente quando o clima político é de liberdade; caso contrário demora apenas mais uma pouquinho, o tempo de o pensamento, que é livre, romper os grilhões da intolerância.


De:João Pedro Victor

Culto à beleza

  • Há nas sociedades contemporâneas uma intensificação do culto ao corpo, onde os indivíduos experimentam uma crescente preocupação com a imagem e a estética.
  • Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao corpo coloca-se hoje como preocupação geral, que perpassa todas as classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso que ora lança mão da questão estética, ora da preocupação com a saúde.
  • Segundo Pierre Bourdieu, sociólogo francês, a linguagem corporal é marcadora pela distinção social, que coloca o consumo alimentar, cultural e forma de apresentação – como o vestuário, higiene, cuidados com a beleza etc. – como os mais importantes modos de se distinguir dos demais indivíduos.
  • Nas sociedades modernas há uma crescente preocupação com o corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo de cosméticos, impulsionados basicamente pelo processo de massificação das mídias a partir dos anos 1980, onde o corpo ganha mais espaço, principalmente nos meios midiáticos



De:João Pedro Victor

Padrões de beleza

  • Assim como a moda, os padrões de beleza estão em constante mutação. Seja para se adequar às roupas da estação, seja para nos deixar loucas da vida enquanto tentamos aderir aos arquétipos vigentes, as tendências não param quietas. Basta olharmos para os outdoors que, pronto!, a cor dos cabelos da garota-propaganda já mudou, a chapinha deu lugar a fartos cachos, e as unhas, antes longas e escuras, estão curtas e claras. Acompanhar as tendências não é tarefa fácil. Que o digam as modelos, que vivem de exibir tudo o que o mercado é capaz de lançar.
  • Nos últimos 50 anos, desde a popularização dos concursos de beleza, o que se viu nas passarelas foi um verdadeiro samba do crioulo doido. Das gostosonas às sequinhas, os mais variados biotipos serviram de inspiração e estamparam armários adolescentes. Marilyn Monroe marcou os anos 50 com suas curvas e coxas generosas, para logo em seguida a londrina Twiggy levar água abaixo toda a fartura com seu corpo esquálido. Um pouco mais adiante surge Cindy Crawford, inaugurando a era das passarelas e dos cachês milionários. Na década de 90, é a vez de Kate Moss reformular o conceito do sex appeal e, andrógina, deixa muitos marmanjos confusos com sua beleza indefinida.
De:João Pedro Victor 

domingo, 4 de agosto de 2013

Padrões de beleza

Na sociedade contemporânea atual, há uma crescente preocupação com o corpo, com as dietas alimentares e o consumo excessivo de cosméticos. Essa prática do culto ao corpo possui hoje uma preocupação geral, que se mantém em todas as classes sociais e faixas etárias.
 
Contudo, foi a partir da mídia e do cinema Hollywoodiano os quais ajudaram a criar novos padrões de aparência e beleza. Da mesma forma, podemos pensar em relação à televisão, que veicula imagens de corpos perfeitos através dos mais variados programas, propagandas, novelas, filmes etc. Isso nos leva a pensar que o corpo perfeito atravessa todas as idades e lugares imagináveis, criando diversos estilos de vida. Desta forma, percebemos que as fábricas de imagens como o cinema, televisão, publicidade, revistas etc., têm contribuído muito para isso.

Assim os programas de televisão, revistas e jornais têm dedicado espaços em suas programações cada vez maiores para apresentar novidades sobre cosméticos, alimentação e vestuário. Sempre divulgando sucesso e felicidade acima de tudo.



De: Gustavo Soares